Startup desenvolvida por estudantes da UFCA é reconhecida em programa nacional de inovação do Ceará, a Startup NE

Publicado em 15/04/2025. Atualizado em 16/04/2025 às 09h25

Transformar resíduos plásticos em materiais escolares acessíveis a pessoas com deficiência, por meio da impressão 3D. Essa é a missão do Projeto EVA, startup desenvolvida por estudantes de engenharia de materiais e de jornalismo da Universidade Federal do Cariri (UFCA). A sigla é um acrônimo para “Educação, Valorização e Apoio”.

Desenvolvido desde o fim de 2023, o EVA está vinculado à Enactus UFCA, que visa criar projetos de empreendedorismo social com impacto socioambiental (ver Sobre Enactus). Um dos objetivos do EVA é, até 2026, tornar Juazeiro do Norte a primeira cidade do Brasil a garantir materiais inclusivos para todos os estudantes do ensino básico com deficiência visual.

Entre os produtos criados, estão régua, cela-braille (conjunto de seis pontos em relevo que formam símbolos do sistema braille) e apoio para lápis de cor em braille.

Por seu trabalho, o Projeto EVA alcançou destaque no Prêmio Startup NE. O prêmio, que reconhece projetos inovadores em diferentes níveis de maturidade, na região Nordeste, é promovido pelo Sebrae Nacional, em parceria com o Sebrae/CE e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap)

O Projeto EVA, da UFCA, foi considerado uma das 60 melhores EdTechs da edição 2025 do Startup NE. EdTechs são empresas que desenvolvem soluções tecnológicas para a oferta de serviços relacionados à educação.

Com esse reconhecimento, o projeto da UFCA vai receber um investimento de R$ 39 mil, que será pago ao longo de seis meses. De acordo com os realizadores do projeto da UFCA, os recursos vão acelerar a produção dos materiais escolares acessíveis e fortalecer a infraestrutura da startup.

Inclusivo, sustentável e de fácil acesso

Segundo Geazi Massena, estudante de engenharia de materiais da UFCA, o projeto identificou oportunidade de criar algo que fosse, ao mesmo tempo, inclusivo, sustentável e de fácil acesso.

“A ideia para os produtos do Projeto EVA surgiu a partir de um insight claro: os poucos produtos que buscam resolver problemas de falta de inclusão são caros, pouco funcionais ou não dialogam com a realidade de alunos com deficiência visual na rede pública”, disse.

Integram a iniciativa as estudantes de jornalismo Ana Camily, Camila Lavine e Eduarda Galdino, e os discentes Bruno Alves, Emanuel Aquino, Geazi Massena, e Gabriela Ferreira, do curso de engenharia de materiais.

Para entender as necessidades de materiais acessíveis especificamente para pessoas com deficiência visual, os membros do EVA entraram em contato com as secretarias de educação de municípios do Cariri. Foram ouvidos componentes da Secretaria de Educação da Prefeitura de Juazeiro do Norte, diretores(as) de escolas municipais, professores, brailistas e, principalmente, estudantes com deficiência visual. 

“Muitas vezes, os alunos precisam se adaptar aos materiais disponíveis e não o contrário, o que compromete não só a participação plena desses estudantes, mas também o seu desenvolvimento pedagógico”, declara João Bosco Paiva, assessor de Educação Inclusiva da Secretaria de Educação de Juazeiro do Norte.

Para Camila Lavine, além do reconhecimento, o grupo pretende inspirar outros projetos da universidade: “Acreditamos que mais estudantes e pesquisadores da universidade podem se beneficiar desse suporte para transformar suas ideias em negócios de impacto”, disse.

Pessoas interessadas em entrar em contato com os realizadores do Projeto EVA podem usar o e-mail projeto.eva.ufca@gmail.com

Sobre Enactus

A Enactus é uma organização presente em 35 países que engaja estudantes de diferentes instituições de ensino, com apoio de professores e líderes de negócios, com o intuito de desenvolver projetos de impacto social.

A organização beneficia comunidades locais por meio de modelos de negócios sustentáveis e proporciona aos estudantes o aprendizado na prática. A rede Enactus Brasil, por sua vez, conta com a ajuda de mais de 200 professores e 3.000 estudantes, que desenvolvem 185 projetos em todas as regiões do país – impactando a vida de mais de 83.000 pessoas.

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