Procult/UFCA homenageia Telma Saraiva com exposição itinerante e oficina

Publicado em 08/04/2025. Atualizado em 08/04/2025 às 16h41

Mostra itinerante promete levar a história da artista cratense para todos os campi da UFCA.

Por: Bárbara Letícia (Bolsista Procult/UFCA)

Estudantes da Faculdade de Medicina visitando a exposição.

A Universidade Federal do Cariri (UFCA) recebeu no Campus de Barbalha, FAMED, uma homenagem à artista plástica Telma Saraiva com uma exposição e uma oficina dedicadas ao seu legado na fotografia. O evento, dedicado à artista teve início no dia 13 de novembro, com a inauguração da exposição composta por dez autorretratos da fotógrafa e encerrou no dia 13 de dezembro de 2024. A mostra, realizada no primeiro andar da FAMED, destacou fotografias que revelam diferentes fases de Telma Saraiva.

A abertura contou com uma mesa-redonda mediada pela Pró-reitora de Cultura Aglaíze Damasceno e Ernesto Rocha, fotógrafo e filho de Telma, que compartilharam histórias sobre a trajetória da artista e sua relevância para a cultura regional.

No dia 4 de dezembro, aconteceu a Oficina “Autorretrato e Self”, ministrada por Ernesto Rocha. A atividade proporcionou aos participantes um mergulho no estilo e nas técnicas utilizadas pela artista, promovendo um momento de aprendizado e apreciação.

A exposição é uma ação itinerante e passará por todos os campi da UFCA. Em 12 de fevereiro de 2025, a mostra abriu ao público no Campus do Crato e ficará até 18 de abril. Posteriormente, a exposição será transferida para o Campus de Icó.

A trajetória de Telma Saraiva

Nascida e criada no Crato, Ceará, Telma Saraiva se destacou como uma das principais artistas do Cariri. Influenciada pelo pai, fotógrafo profissional e amante das artes, Telma teve contato com a fotografia desde a infância. Ainda adolescente, iniciou sua produção fotográfica após ganhar uma câmera portátil, registrando o cotidiano e as pessoas ao seu redor.

Seu talento artístico se expandiu para a fotopintura, técnica que dominou com maestria a partir da década de 1940. Transformando imagens em preto e branco em obras de arte coloridas à mão, Telma trouxe singularidade às suas criações, tornando-se pioneira nesse estilo na região. Seu trabalho ganhou reconhecimento em exposições nacionais e internacionais, consolidando seu nome na história da arte cearense.

Em 2021, a casa onde viveu no Crato foi transformada em um museu orgânico, iniciativa promovida pelo SESC e inaugurada durante a 23ª Mostra Sesc Cariri de Culturas. Telma faleceu em 8 de junho de 2015, mas sua obra continua viva, inspirando novas gerações.

O impacto do evento

A realização dessas atividades na UFCA reafirmou o compromisso da universidade com a valorização do patrimônio artístico e cultural do Cariri. Lucimar Santiago, professora do CCT da UFCA, destacou a relevância do evento para a região, afirmando a importância de valorizar a arte local:

Esses momentos são fundamentais e importantes, né, para a região do Cariri e para a universidade, para que a gente conheça os artistas locais. E a riqueza da cultura da região. Então, venham conhecer essa exposição, ela vai ser itinerante, vai participar por outros campus da UFCA, e é muito importante que a gente se aproprie daquilo que é nosso, né, da arte local que a gente conhece. E é importante que a gente defenda essa arte, defenda a cultura local.

Aglaíze Damasceno, responsável pela curadoria da exposição, também destacou a importância do espaço criado pela FAMED para o fortalecimento da cultura e das artes locais. Ressaltou também a possibilidade deste local abrigar futuramente outras exposições ou trabalhos artísticos.

Criações de espaço como esse trazem pra gente a possibilidade de partilha. De partilha no campo da cultura das artes, no campo conceitual… Então é algo que a gente pode chamar de disparador. Um disparador criativo. Então é muito importante esse movimento que a FAMED faz, de criar esse espaço coletivo para que a gente inaugure agora com a Telma Saraiva e que em breve venham outros artistas. É um espaço para a comunidade.

Destaca Aglaíze.

A exposição e a oficina não apenas celebram a trajetória de Telma Saraiva, mas também incentivam o diálogo sobre a importância da arte na construção da identidade nordestina. Essa iniciativa fortalece a conexão entre a universidade e a cultura regional, proporcionando aos participantes a oportunidade de conhecer e valorizar a obra de uma das artistas mais marcantes do Cariri.