Abril Azul: mês de conscientização sobre o transtorno do espectro autista

Publicado em 17/04/2020. Atualizado em 08/11/2022 às 16h59

Mesmo em tempos em que todas as atenções estão voltadas para o combate da Covid-19, não podemos esquecer de conscientizar a população sobre outras questões presentes na sociedade. Por isso, é importante lembrarmos que estamos no Abril Azul, o mês escolhido para a conscientização sobre o transtorno do espectro autista.

O autismo ou transtorno do espectro autista é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por atrasos em campos como a fala, a linguagem, dificuldades na interação social e pela presença de comportamentos ou interesses repetitivos. O autismo atinge uma a cada 54 crianças, com maior incidência entre crianças do sexo masculino. Estima-se que o autismo atinja 4 meninos para cada menina afetada.

Ainda não se sabe totalmente o que causa o autismo, mas existem fatores, que, somados, podem facilitar o aparecimento do autismo, tais como a predisposição genética e fatores ambientais que impactam o feto, como infecções, exposição a substâncias tóxicas e outras complicações na gravidez.

Segundo o psiquiatra da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFCA, Dennysson Teles, o espectro autista varia em graus de intensidade. Essas graduações vão desde pessoas com intenso grau de comprometimento, e que necessitam de apoio especializado durante a vida, até pessoas com quadros leves, que conseguem trabalhar, estudar e se socializar.

O autismo é uma condição que se carrega desde o nascimento. Geralmente, os primeiros sintomas começam a se tornar evidentes em torno do segundo ano de vida, com dificuldades de olhar nos olhos, atraso na fala, pouco interesse por outras pessoas e movimentos repetitivos e estereotipados. Quadros leves podem receber diagnóstico tardio ou mesmo passar despercebidos durante toda a vida.

O tratamento, necessário especialmente para casos mais intensos, é multidisciplinar e é baseado de acordo com o comprometimento de cada caso. Abordagens com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, médicos e psicólogos podem ser necessárias e de forma intensiva, se for o caso. Alguns subtipos leves podem necessitar apenas de abordagem educacional com psicopedagogos. Ou seja, o tratamento é individualizado.

UFCA contribui para permanência de estudantes com síndrome do autismo

Na Universidade Federal do Cariri (UFCA), a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) tem atuado no sentido de contribuir para a permanência dos estudantes com síndrome do autismo na universidade, oferecendo atenção às demandas de vulnerabilidade socioeconômica, necessidades educacionais e psicossociais. Segundo Virgínia Mendes, psicóloga da Prae, a UFCA, através de uma equipe de pedagogos, psicólogos, psiquiatra e assistentes sociais, busca promover o acolhimento, a adaptação, a participação e o protagonismo de estudantes com autismo no processo de desenvolvimento pessoal e acadêmico deles.

Para conhecer mais sobre o tema, há uma série de filmes que abordam o especto do autismo: Temple Grandin (2010); O contador (2016); Rain Man (1988) e Meu nome é Rádio(2003).

Serviço

Divisão de Atenção à Qualidade de Vida do Estudante da Prae
saude.prae@ufca.edu.br