Congresso Nacional reúne pesquisadores de Educação de Surdos e de Tecnologias em Libras

Publicado em 16/10/2019. Atualizado em 31/10/2022 às 17h35

Foto: Davi Moreira - Dcom/UFCA

Teve início, na manhã desta quarta-feira (16), a programação do Primeiro Congresso Nacional de Educação dos Surdos e Tecnologias em Língua Brasileira de Sinais: Cultura Surda, Formação e TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação). O evento é promovido pela Universidade Federal do Cariri (UFCA), por meio do curso de Licenciatura em Letras-Libras, em parceria com a comunidade surda local. As atividades – entre palestras, minicursos e apresentação de trabalhos – serão no Auditório Beata Maria de Araújo, no campus Juazeiro do Norte.

A programação começou com a Conferência de Abertura do professor da Universidad Nacional de Córdoba (UNC), Juan Dreutta. Utilizando a Língua Gestual Internacional (Gestuno, ou Língua de Sinais Internacional, como é conhecida no Brasil), Juan contou com a tradução, para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), do professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rodrigo Machado, e também com o apoio de intérpretes para tradução da sua fala para o português, contemplando assim o público ouvinte.

A contribuição de Juan destacou três temas importantes para a educação de surdos na contemporaneidade: Educação, Tecnologia e Tradução/Interpretação aliada à segunda, comparando os cenários de Brasil e Argentina, pátria do palestrante: “Vocês já têm a Lei da Língua Brasileira de Sinais, algo que nós na Argentina ainda não temos, mas nós precisamos buscar o protagonismo do surdo e mostrar que ele pode trabalhar lado a lado com o ouvinte. Temos nossas divergências, mas precisamos de um diálogo que permita avanço nas pautas importantes para a comunidade surda, como o reconhecimento de que não somos pessoas com deficiência, limitadas. Vocês [ouvintes] têm as línguas de vocês, nós temos as nossas. Nenhuma língua deve ser vista como inferior a outra”, disse.

O docente também frisou a emersão das novas tecnologias na educação surda: “Em nível global, as tecnologias têm avançado e os surdos têm se aliado a essa difusão relacionada à Educação. Agora, temos o YouTube, por exemplo, que nos permite trabalhar e estudar por meio dessa plataforma. Temos ainda as videochamadas por meio de aplicativos de mensagens e tudo isso nos auxilia do ponto de vista da revolução da língua, das possibilidades de intercâmbio, das pesquisas linguísticas. E também o surdo passa a ter escolha no momento de consumo desses conteúdos”, refletiu.

Programação

Ainda nesta quarta-feira, o Congresso vai promover outras duas palestras, à tarde: a primeira, “Acessibilidade em Plataforma de Educação a Distância”, será proferida pela professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Camila Guerra; a segunda, “Percepções e sentidos da Política Educacional de Surdos”, pelo docente da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Lúcio Cruz Silveira.

Amanhã (17), as palestras e minicursos do Congresso vão abordar temas como apontamento em Libras, janela de intérpretes, sinais internacionais e interpretação na área jurídica. Na sexta-feira, estão previstas quatro palestras: “papel de intérpretes”, “produções culturais de surdos em Língua de Sinais”, “a variação fonético-fonológica na Libras”, e “Critérios sociolinguísticos da Libras”.

Serviço

Licenciatura em Letras-Libras – UFCA
Bloco C, Sala 19 – campus Juazeiro do Norte
+55 (88) 3221-9531
letraslibras.iisca@ufca.edu.br