Conheça os cursos de graduação da UFCA: Física
Publicado em 07/12/2023. Atualizado em 14/05/2024 às 17h38
Vagas: 14 anuais
Semestres: 8
Modalidade: licenciatura
Campus: Brejo Santo
Período: integral (vespertino e noturno)
“Se você quiser descobrir os segredos do Universo, pense em termos de energia, frequência e vibração”.
Essa frase é atribuída a Nikola Tesla (1856 – 1943): um importante físico de origem sérvia sem o qual a Humanidade teria demorado mais (possivelmente, bem mais!) para desenvolver o sistema moderno de fornecimento de energia elétrica.
Mesmo após alguns séculos de estudos dedicados a desvendar questões triviais sobre os tais segredos do Universo – como “o que é o Sol?”, “por que o céu é azul?”, “por que as coisas caem no chão quando soltamos?”, “por que a água evapora?”, “por que uma lupa é capaz de aumentar uma imagem?” –, a maioria das pessoas, em todo o mundo, ainda não é capaz de responder, de forma objetiva, a qualquer dessas questões, cujas respostas estão no estudo do que chamamos “Física”.
A Física é uma ciência que estuda fenômenos naturais, buscando mapear padrões de funcionamento da matéria e da energia. Esses mapeamentos frequentemente se convertem em “leis” – como a famosa Lei da Gravidade, de Sir Isaac Newton (1643 – 1727), um dos mais célebres físicos de todos os tempos, famoso por supostamente desenvolver seus estudos sobre gravidade inspirado pela observação da queda de uma maçã.
A ideia dos estudos de Física é oferecer à Humanidade elementos para domínio do uso da matéria e da energia, de modo que seja possível, por exemplo, construir edifícios sem que eles caiam, captar energia solar e utilizá-la em necessidades domésticas, combater os efeitos do aquecimento global, reverter um infarto por meio de correntes elétricas, fabricar lentes que permitam a captação de ainda melhores imagens para produtos audiovisuais, entre tantos outros possíveis usos.
Como podemos perceber, a Física é uma área muito vasta. Sendo assim, o/a profissional desse ramo é capaz de explicar fenômenos naturais, teorias e princípios físicos gerais, em diferentes contextos – da área médica até a cultural. E os professores de Física são aqueles que proporcionam as ferramentas necessárias para a compreensão desses fenômenos e para posterior avanço no que ainda falta mapear – seja na pequena Terra ou na imensidão do Universo.
No Brasil, os cursos superiores de Física são oferecidos em duas modalidades: bacharelado e licenciatura. No bacharelado, o/a profissional atua, principalmente, na área da Pesquisa. Já na área de licenciatura, há o diferencial da habilitação para lecionar.
Na Região do Cariri, a implantação da Licenciatura em Física foi pensada para suprir o deficit de profissionais qualificados nessa área do conhecimento, o que vem impactando a qualidade do ensino básico local.
No campus Brejo Santo da Universidade Federal do Cariri (UFCA), onde funciona o Instituto de Formação de Educadores (IFE/UFCA), é ofertada, desde 2018, uma Licenciatura em Física.
Um dos princípios norteadores do curso de Física é a interdisciplinaridade, o que permite um grande repertório para a atuação dos egressos no mercado de trabalho. Conforme o professor Gilson Silveira, coordenador do curso de Física da UFCA, a Física se divide em várias áreas, como a Cinemática (estuda movimentos de corpos), a Dinâmica (estuda as forças envolvidas no movimento de corpos) e a Termodinâmica (estuda trocas de calor e transformações de energia): “A Física estuda, por exemplo, porque uma xícara de café em cima de uma mesa esfria ou porque uma barra de gelo começa a derreter”, explica o professor.
Além disso, o professor complementa que a Física tem um arcabouço gigantesco de temáticas a serem estudadas: “É extremamente fascinante reunir tantas áreas diferentes e encontrar pontos de convergência entre elas”, disse Gilson.
Ingresso no Curso de Física da UFCA
Inicialmente, no IFE/UFCA, o ingresso na licenciatura em Física se dava por meio de ingresso prévio na antiga Licenciatura Interdisciplinar em Ciências Naturais e Matemática (LI) – curso que, hoje, chama-se apenas “Licenciatura Interdisciplinar em Ciências Naturais”.
Quando os discentes dessa formação alcançavam o segundo ano de curso, eles poderiam optar pelo ingresso (ou não) em algum destes outros quatro cursos: Química, Física, Biologia ou Matemática. Caso optassem pelo ingresso, eles concluíram, dessa forma, dois cursos: a LI e a licenciatura específica de escolha.
“O primeiro ingresso de discentes no Curso de Física ocorreu no semestre letivo 2018.1. Sendo um curso de segundo ciclo, a licenciatura em Física é essencialmente constituída por discentes advindos do curso do primeiro ciclo de Licenciatura Interdisciplinar em Ciências Naturais e Matemática desta instituição”, explica Gilson Silveira.
Essa dinâmica de segundo ciclo durou até o ano de 2022, quando se decidiu pelo ingresso direto dos estudantes na licenciatura de interesse. Assim, no período letivo 2023.1, os estudantes já ingressaram no curso de Física de maneira direta, via Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Na UFCA, são oferecidas 14 vagas anuais para o curso de Física.
“Essa foi uma mudança para melhorar a qualidade do curso. O aluno já entra sabendo o que ele quer, não vai precisar fazer essa escolha dentro do curso […] Assim, ele tem uma chance maior de terminar o curso e de se identificar um pouco mais com as disciplinas”, disse Francineide Amorim, professora da área de Física e atual diretora do IFE/UFCA.
Como funciona a graduação em Física da UFCA?
Na UFCA, a licenciatura em Física ocorre em turno integral (vespertino e noturno). O curso dura pelo menos quatro anos, com carga horária total de 3296 horas/aula. A duração máxima do curso é de 12 semestres.
Além disso, como nos demais cursos de graduação da UFCA, os discentes têm contato direto com os quatro pilares institucionais: Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura. Nesse sentido, durante a graduação, é possível realizar diversas atividades fora da sala de aula, como participar de ações, projetos ou programas de pelo menos um desses quatro contextos – até mesmo, com bolsas remuneradas.
Matriz curricular do curso de Física
Para compor a matriz curricular, as disciplinas do curso de Física foram divididas em dois segmentos: o primeiro é conhecido como “Núcleo Comum” do curso; o segundo, como “Módulos Sequenciais”.
Dessa forma, os/as discentes entram em contato, primeiro, com o Núcleo Comum, no qual aprenderão sobre Física Geral, Matemática, Física Clássica, Física Moderna e disciplinas complementares. Essas disciplinas complementares, que ainda pertencem ao Núcleo Comum, têm o objetivo de aperfeiçoar o aprendizado do/da discente, que terá contato com Química e/ou Biologia, bem como com as Ciências Humanas.
A segunda parte da matriz curricular dá maior ênfase ao ensino da Física. Por isso, há o estudo de assuntos como a Instrumentalização de Professores de Ciências do Ensino Fundamental e o Aperfeiçoamento de Professores de Física do Ensino Médio.
Além disso, o/a discente também aprenderá sobre a produção de material instrucional e a capacitação de professores para as séries iniciais do Ensino Fundamental.
Projetos da UFCA no curso de Física
Para integrar a teoria com a prática, é essencial que os/as discentes se envolvam em atividades extracurriculares. Nesse caso, são ofertadas oportunidades em projetos da própria Universidade e/ou de iniciativa docente.
Há, por exemplo, o Programa de Educação Tutorial (PET) da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd/UFCA), bem como o Programa de Iniciação à Docência (PID), o Programa de Residência Pedagógica e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Esses são alguns projetos que favorecem o protagonismo estudantil e a interação com a comunidade acadêmica.
Além disso, no curso de Física, há projetos específicos da área que estão vinculados à Pró-Reitoria de Extensão (Proex). Entre os diversos temas abordados por esses projetos, estão a divulgação da Astronomia e os experimentos de Física com materiais de baixo custo.
Aplicação de Sensoriamento Remoto para a Educação Ambiental
O curso de Física da UFCA também desenvolve projetos de Pesquisa. Um deles aborda o chamado Sensoriamento Remoto: técnica pela qual é possível adquirir dados de uma superfície sem ter contato com ela. Um exemplo comum é o trabalho com imagens de satélite, que podem ser utilizadas para aplicações, como, por exemplo, a detecção do índice de vegetação de alguma região.
Por meio do Sensoriamento Remoto, é possível também estimar a radiação de onda longa (onda de baixa frequência) e a temperatura da superfície em questão.
A professora Francineide Amorim foi coordenadora da iniciativa “A Cobertura da Superfície e o Microclima da Mesorregião do Sul Cearense: Análise via Dados Orbitais numa Perspectiva Interdisciplinar”, um projeto que esteve vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPI/UFCA) até o ano de 2021.
A iniciativa analisou, por meio do Sensoriamento Remoto, a influência da cobertura do solo (em especial, da vegetação nativa) nas trocas energéticas entre a superfície e a atmosfera da Mesorregião do Sul Cearense, também com o objetivo de gerar material didático a partir dos resultados, colaborando assim para a inserção da Educação Ambiental no Ensino de Física.
“Quando eu vim trabalhar no IFE, senti a necessidade de trazer algo da Pesquisa Aplicada para a Educação, especificamente para a Educação Ambiental”, disse a professora Francineide. Conforme a docente, o Sensoriamento Remoto tem o objetivo, também, de trazer conscientização ambiental.
“A gente pode usar o Sensoriamento Remoto, nessa perspectiva que eu trabalho, para provar que a vegetação colabora para a manutenção do equilíbrio energético, mantendo mais amenos os valores de temperatura da superfície”, explica a professora.
Planetarium Kariri
O Planetarium Kariri é outro exemplo de projeto – desta vez, de Extensão – idealizado pelo curso de Física. Ainda em fase de implantação, o Planetarium Kariri foi contemplado por uma chamada pública do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Pela chamada, o projeto recebeu um orçamento de R$ 300 mil para promover observações astronômicas públicas, por várias cidades do Cariri, de forma lúdica e didática. Esse valor será destinado ao custeio dos materiais e ao pagamento de 5 bolsistas durante um período de 24 meses.
Onde atuam os profissionais de Física?
O mercado de trabalho, para os físicos, é bastante abrangente. Dessa forma, além de atuar na indústria, em setores de tecnologia, é possível também trabalhar em áreas da Engenharia.
Especificamente os/as licenciados/as em Física podem lecionar tanto nas escolas (na Educação Básica, Ensino Fundamental II e Ensino Médio), quanto em cursos técnicos e cursinhos preparatórios para exames de ingresso em instituições de Ensino Superior.
Se tiver cursado uma pós-graduação na área de Física ou correlatas, o/a licenciado/a pode, ainda, atuar em universidades, como docente.
“A Física está presente em todos os aspectos de nosso cotidiano”
Érika Sousa está cursando o último semestre do curso de Física da UFCA. Ela conta um pouco sobre a sua experiência na Universidade, bem como sobre a sua motivação em estudar em um curso na área de exatas – motivação esta que vem desde o Ensino Médio.
Para Érika, a disciplina de Física é algo apaixonante, pois é possível entender os fenômenos do dia a dia por meio dela: “A cada conceito que aprendo, sinto um profundo desejo de verificar sua aplicação na prática, porque a Física está presente em todos os aspectos de nosso cotidiano”, disse Érika.
Além disso, a graduanda também conta que se envolveu em vários projetos durante o curso. Dentre eles, Érika destaca que “Observando o Céu do Cariri: Divulgação Científica através da Astronomia” foi o que mais a impactou. Nessa iniciativa, orientada pelo professor Tharcisyo Duarte, do IFE/UFCA, os/as discentes realizam divulgação científica em escolas do Cariri.
“Essa experiência não apenas ampliou meu entendimento sobre a Astronomia, mas também me ensinou a importância da comunicação científica e da divulgação para o público em geral. Aprender a transmitir conceitos complexos de forma acessível e empolgante foi um grande aprendizado que levarei comigo para o futuro”, disse Érika.
Por fim, a discente revela que continuará atuando na área científica após a graduação. “Desejo me envolver em projetos de Pesquisa que me permitam explorar questões intrigantes e colaborar com outros cientistas para expandir nossa compreensão do universo”, afirmou a discente.
Expectativas futuras para o curso de Física
Na UFCA, a coordenação responsável pelo curso de Física tem feito melhorias para o funcionamento do curso. Nesse sentido, cabe citar a última reformulação do Projeto Pedagógico de Curso (PPC), que implantou disciplinas mais atuais, como Computação, Robótica e Astronomia.
Além disso, vem acontecendo também o desenvolvimento de vários projetos envolvendo o Ensino, a Pesquisa, a Extensão e a Cultura. Em alguns deles, os/as discentes realizam visitas a escolas para melhorar o ensino de Física nas instituições de nível básico.
“As perspectivas são de consolidação das ações presentes, mantendo um olhar atento às diversas oportunidades para implementação de novos projetos”, disse Gilson Silveira, coordenador do curso de Física da UFCA.
Serviço
Curso de Física
fisica.ife@ufca.edu.br