Estudantes de Pernambuco visitam Jardim Sensorial e aprendem sobre inclusão
Publicado em 04/10/2019. Atualizado em 31/10/2022 às 17h36
O Jardim Sensorial do campus Crato, da Universidade Federal do Cariri (UFCA), recebeu, nesta terça-feira, 1º de outubro, estudantes do ensino fundamental e médio da Escola Maria Luiza de Brito Ferreira, do município de Moreilândia, Pernambuco. A visita fez parte do Primeiro Conhecer para Incluir, evento realizado pelo projeto Sementes do Amanhã, que também é responsável pelo Jardim, e faz parte do grupo de Pesquisa e Extensão em Horticultura.
Na mesa redonda que abriu a manhã do evento, estiveram presentes o Reitor da UFCA, Ricardo Ness; os professores do Centro de Ciências Agrárias e da Biodiversidade (CCAB/UFCA); Luciana Bessa, representando a Pró-Reitoria de Extensão; a professora Cláudia Araújo, coordenadora do Projeto Sementes do Amanhã; Francileuda Teixeira, Secretária de Acessibilidade da UFCA; e Anderson Germano, pessoa com deficiência visual e aluno do primeiro ano do ensino médio na Escola de Ensino Fundamental e Médio Polivalente Governador Adauto Bezerra.
Na ocasião, Francileuda Teixeira afirmou que, na verdade, é a sociedade que tem deficiências, por não conseguir enxergar que antes da deficiência há uma pessoa que tem direitos e deveres. “Temos que tirar de nós os preconceitos e quebrar a barreira atitudinal, pois o que essas pessoas precisam são oportunidades. Quero muito deixar essa imagem da pessoa com deficiência como uma pessoa capaz e protagonista, se a sociedade lhe der oportunidades”, afirmou.
Anderson, em sua fala, disse que é muito bom fazer parte de espaços que dão voz ao deficiente, não só ao visual. Ele conta que, andando pelo campus, percebeu o piso tátil e gostou da preocupação que a UFCA teve em instalá-lo, pensando nas pessoas que precisam. “Isso mostra que a sociedade está despertando para a pessoa com deficiência. As pessoas acham que somos muito limitados, mas eu sempre digo ‘você só vai saber depois de tentar”, afirmou.
Ele também elogiou o Jardim Sensorial, afirmando que poucas pessoas têm a coragem para começar um projeto assim. “Eu só tinha ouvido falar de jardins assim, nunca havia visitado. Acredito que é uma iniciativa muito importante, como uma semente mesmo. Ajuda a perceber que as pessoas com deficiência estão presentes na sociedade”, contou Anderson.
Visita ao Jardim
A coordenadora do projeto, professora Cláudia Araújo, diz que foi uma grata surpresa quando, após a criação e divulgação do Jardim, as escolas da região, tanto públicas quanto privadas, começaram a entrar em contato para visitar o espaço. “Uma vez recebemos 70 crianças de uma única escola para visitar. O Jardim trabalha muito a educação ambiental e a inclusão social, e para nós é muito gratificante poder colaborar com a educação de quem visita, contribuindo para a formação cidadã desses jovens, para que tenham postura inclusiva, de conhecimento da realidade das pessoas com deficiência visual”, conta Cláudia.
Uma das professoras da Escola Maria Luiza, Rogéria Faria, explica que eles conheceram o projeto através de outra professora que ouviu no rádio sobre ele, então seguiram as páginas nas redes sociais e entraram em contato para marcar a visita. “Estamos trabalhando em uma das turmas o Reino Plantae e em outra os cinco sentidos. Então achamos que a visita seria uma boa forma de terminar o bimestre dos alunos” conta Rogéria. Ela acrescenta que além da visita, o Conhecer para Incluir foi outra razão que os motivou a levar os estudantes, para que eles pudessem se colocar nessa situação de não enxergar, de buscar conhecer o lado de quem tem deficiência visual.
Susana Oliveira está cursando o nono ano do ensino fundamental na Escola Maria Luiza e gostou da visita. “A gente pode sentir o que as pessoas com deficiência visual sentem, e isso com certeza vai mudar a forma como eu vejo pessoas assim.” Ela conta que ainda não conhecia pessoas com deficiência visual e que achou interessante o que Anderson Germano falou sobre suas experiências.
Cláudia afirma que todas essas experiências são muito gratificantes. “Eu acredito que isso se tornou mais que um projeto, hoje eu vejo como uma missão. O Jardim cresceu além da universidade, e todos os dias nos faz pensar em outras alternativas para contribuirmos com essa causa tão bela que é incluir e nos incluirmos na temática dos deficientes visuais e todos os desafios diários que eles enfrentam”, ressaltou.
Serviço
Jardim Sensorial
Centro de Ciências Agrárias e da Biodiversidade (CCAB) – Campus Crato
(88) 3221.9502
jardimsensorialufca@gmail.com
Acesse as imagens do evento: