Professor João Hermínio recebe homenagem póstuma de pesquisadores da Paraíba. Espécie recém-descoberta de molusco recebeu nome do docente da UFCA

O professor João Hermínio da Silva, que foi um importante docente e pesquisador da Universidade Federal do Cariri (UFCA), contribuiu para a Paleontologia cearense por meio de estudos de fósseis da Bacia do Araripe. Ele, falecido em 2023, recebeu, neste mês, uma homenagem póstuma de pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 

No último dia 5 de novembro de 2024, foi publicado o artigo New land microsnails of the genus Gastrocopta (Eupulmonata: Gastrocoptidae) in the semiarid region of Brazil – algo como “Novos microcaramujos terrestres do gênero Gastrocopta (Eupulmonata: Gastrocoptidae) no semiárido brasileiro”. O trabalho foi publicado na revista Papéis Avulsos de Zoologia, da Universidade de São Paulo (USP).  O periódico está classificado na categoria B1 do sistema Qualis, a terceira melhor posição, em uma escala de oito estratos (A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C).

O artigo faz uma descrição detalhada de duas novas espécies de moluscos terrestres, até então desconhecidas pela Ciência. Uma delas, a Gastrocopta joaoherminio, encontrada no município de Cajazeiras-PB, foi nomeada em homenagem ao pesquisador da UFCA. 

De acordo com o zoólogo Sílvio Lima, professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e um dos autores do trabalho, João Hermínio foi pioneiro na condução dos estudos científicos em sua área do conhecimento e muito querido por seus colegas pesquisadores: “[João] foi um grande incentivador e motivador para a realização de estudos científicos. A descrição de uma espécie nova, em sua homenagem, é uma forma de lembrá-lo em tais aspectos”, disse Silvio. 

O artigo também foi realizado pelo biólogo e pesquisador Evandro de Abreu, da UFPB.

Carreira de João Hermínio

Doutor em Física (UFC), mestre em Tecnologias Energéticas e Nucleares (UFPE) e graduado em Matemática (Uece), João Hermínio tinha pós-doutorado (UFPI) e era bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), nível 2, o que demonstra a destacada produção científica do pesquisador na sua área.

A bióloga Olga Alcântara Barros, doutora em Geologia (UFC) e pesquisadora da Universidade Regional do Cariri (Urca), concorda com Silvio: “Hermínio era muito querido por todos alunos e colegas de profissão! [É uma] homenagem mais que merecida. Eu ainda vou descobrir uma espécie também, só que fóssil, para homenageá-lo”, disse. Conforme Olga, que já tem publicações com João Hermínio, alguns de seus artigos que ainda serão publicados tiveram ajuda do pesquisador veterano, que a ajudou a interpretar alguns resultados. 

De acordo com Silvio Lima, a cooperação interinstitucional é importante para o desenvolvimento da Ciência no Brasil: “Projetos científicos colaborativos entre IES [Instituições de Ensino Superior] do país possibilitam um grande avanço nas pesquisas em qualquer área do conhecimento, devido ao intercâmbio de discentes (em nível de graduação e de pós-graduação), à cooperação financeira entre as instituições envolvidas na execução de projetos, à atuação de professores visitantes em programas de pós para aperfeiçoamento de alunos, entre outros”.

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