Projeto Ouro Branco, da UFCA, realiza simpósio para apresentar ações de fomento à produção de algodão no CE

Publicado em 16/01/2024. Atualizado em 17/01/2024 às 07h50

Foto: Projeto Ouro Branco/arquivo

Nos dias 18 e 19 de janeiro de 2024, o projeto Ouro Branco, iniciativa de extensão da Universidade Federal do Cariri (UFCA), vai realizar, na cidade de Iguatu-CE, o primeiro Simpósio Cearense do Algodão. O evento tem como objetivo apresentar as ações de fomento desenvolvidas pelo projeto na produção do algodão – também chamada de cotonicultura.

Promovido também pela Associação dos Produtores de Algodão do Estado do Ceará (Apaece) em parceria Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o evento em Iguatu, no centro-sul cearense, envolve a participação de pesquisadores, produtores, profissionais e empresários da área.

Durante os dois dias de evento, serão apresentadas práticas utilizadas pelo projeto da UFCA e por produtores da agricultura familiar, além da exposição de máquinas de pequeno, médio e grande porte com foco no cultivo do algodão. 

A programação completa ainda inclui palestras sobre temas como Fisiologia das Sementes, Ecofisiologia das Plantas e o uso de Bioinsumos na Cultura do Algodão. Interessados em participar do simpósio podem se inscrever, por meio de formulário eletrônico, até o dia 19 de janeiro. A ideia é que o simpósio seja realizado a cada 2 anos pela UFCA.

De acordo com Sebastião Cavalcante, professor do Centro de Ciências Agrárias e da Biodiversidade (CCAB/UFCA) e coordenador do projeto Ouro Branco, o simpósio é uma das maneiras encontradas para sintetizar atividades já desenvolvidas pelo projeto, ações feitas atualmente e práticas a serem futuramente implementadas. O professor afirma ainda que o foco do Ouro Branco e do Simpósio é ter o associativismo e o cooperativismo como protagonistas.

Projeto Ouro Branco e o cultivo de algodão no Ceará

Atualmente, o Brasil é o quarto maior produtor e o segundo maior exportador de algodão do mundo, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No caso do Ceará, até os anos 60, o estado era o segundo maior produtor do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo. 

De acordo com o professor Sebastião, no entanto, as lavouras de algodão existentes no estado naquela época foram devastadas pela proliferação do besouro bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), principal praga desse grão nas Américas.

Sebastião Cavalcante. Foto: Davi Moreira – Dcom/UFCA

“A gente desenvolveu uma metodologia de uso de sementes convencionais, não transgênicas, e também o uso de produtos biológicos [em vez de venenos, para evitar o crescimento desse besouro nas plantações de algodão]. A gente conseguiu controlar o bicudo e estamos produzindo uma média de 150 arrobas [de algodão], mas tem gente que já produziu 300 arrobas por hectare”, explica Sebastião. Uma arroba equivale a 14,688 kg.

O projeto trabalha, desde 2019, em parceria com prefeituras do Ceará, que se encarregam de comprar o material necessário para o cultivo com controle do bicudo. A UFCA, por sua vez, capacita os técnicos e acompanha o processo durante três anos. Hoje, o projeto conta com 30 prefeituras parceiras e já treinou 150 técnicos em todo o estado do Ceará.

Para 2024, Sebastião afirma que serão mil hectares de cultivo de algodão e a perspectiva é que a plantação gere uma safra de cerca de 150 mil arrobas. Ao todo, o desenvolvimento do projeto Ouro Branco envolve cerca de 600 pessoas. 

Serviço

Centro de Ciências Agrárias e da Biodiversidade
ccab@ufca.edu.br