Residências Médicas na UFCA completam 15 anos com cerimônia comemorativa no próximo dia 27 de fevereiro
Publicado em 23/02/2024. Atualizado em 23/02/2024 às 14h30
Nesta terça-feira, 27 de fevereiro de 2024, a Universidade Federal do Cariri (UFCA) vai comemorar os 15 anos de implementação de Residências Médicas na Universidade. O Programa de Residências Médicas (PRM) foi implementado na UFCA em 2009 e já formou 167 médicos especialistas, em sete especializações diferentes.
No primeiro ano de funcionamento do PRM na UFCA, foram abertas as especialidades em Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica, Cirurgia Geral e Pediatria. Em 2013, a Instituição passou a ofertar a residência em Medicina Familiar e Comunidade. Dois anos depois, em 2015, veio a especialidade em Patologia e, em 2021, o programa em Ortopedia e Traumatologia foi implementado.
De acordo com o descrito na Lei n. 6.932, de 7 de julho de 1981, Residência Médica é uma modalidade de pós-graduação lato sensu, destinada a médicos devidamente formados, sob a forma de especialização. A legislação de 1981 define ainda que as instituições só podem oferecer programas de residências médicas após serem credenciadas pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) – vinculada ao Ministério da Educação (MEC).
Na UFCA, essas especializações, além de estarem ligadas à Faculdade de Medicina (Famed/UFCA), são vinculadas à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Pesquisa (PRPI/UFCA).
Primeira cerimônia de conclusão dos residentes
Além da comemoração dos 15 anos do Programa de Residências Médicas (PRM), a UFCA também vai celebrar a primeira cerimônia de conclusão dos médicos residentes da Instituição. A cerimônia vai ocorrer no auditório da Famed/UFCA, no campus Barbalha, a partir das 15h, e será aberta ao público.
Segundo o atual coordenador da Comissão de Residência Médica na Universidade (Coreme/UFCA), Sávio Machado, quatro turmas de residentes farão parte da cerimônia desta terça-feira, sendo elas: Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Patologia.
Como explicou Sávio, as outras três especialidades foram credenciadas ou recredenciadas recentemente pela CNRM e, por isso, não há concludentes para elas neste ano. A partir de 2024, a intenção da Famed/UFCA é que essa cerimônia seja realizada todos os anos.
“A resolutividade dos problemas de saúde pública passam diretamente pelas especialidades médicas”
Em 2009, quando a Famed/UFCA ainda era uma unidade acadêmica vinculada ao campus avançado da Universidade Federal do Ceará (UFC) no Cariri, o professor Erich Lisboa foi o primeiro titular da Comissão de Residência Médica da instituição aqui na região.
Erich explicou que, durante o processo de implementação das especialidades na Famed/UFCA, as quatro primeiras residências a serem implantadas foram escolhidas por se tratarem das chamadas “áreas básicas da Medicina”: Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica, Cirurgia Geral e Pediatria. As áreas citadas pelo professor são comumente cobradas em provas práticas e objetivas de concursos para seleção de residentes.
Conforme o professor Erich, Clínica Médica é pré-requisito para especialidades clínicas como Cardiologia, Pneumologia, Gastroenterologia, Nefrologia e Endocrinologia; Cirurgia Geral é pré-requisito para especialidades cirúrgicas como Coloproctologia, Cirurgia Plástica e Urologia; e Ginecologia e Obstetrícia engloba áreas de atuação específicas como a Medicina Fetal e a Uroginecologia.
Desde o início, por estar ligado à UFC e a seus hospitais universitários e conveniados, o Programa de Residências Médicas da instituição é vinculado à Seleção Unificada para Residência Médica do Estado do Ceará (Surce). Esse processo de seleção é um dos mais importantes do país.
A prova da Surce é aplicada uma vez por ano, na cidade de Fortaleza, como lembra o professor Erich: “O primeiro concurso foi realizado em Fortaleza. Participei presencialmente das provas práticas nos primeiros anos. Mas a segunda fase, a avaliação de currículo e entrevistas foram feitas aqui [no Cariri] nas primeiras provas, porém, foram suprimidas essas fases”, relembrou.
Os hospitais São Vicente de Paula, Santo Antônio e do Coração (localizados em Barbalha) também apoiaram as residências médicas desde o começo, segundo o professor Erich. Nos anos seguintes, a Universidade firmou parcerias com o Hospital Regional do Cariri (em Juazeiro do Norte) e com o Hospital São Francisco (no Crato).
O ex-coordenador do programa de Residências Médicas da UFCA destaca que essas especialidades são ferramentas importantes para fortalecer e promover a qualificação dos profissionais médicos após a faculdade: “As especialidades médicas melhoram os resultados nos parâmetros de saúde pública. A resolutividade dos problemas de saúde pública passam diretamente pelas especialidades médicas capazes de reduzir o impacto na saúde daquela população assistida”, ressaltou.
“Se soubesse antes o que sei agora, faria tudo exatamente igual”
Targínio Feitoza, docente do curso de medicina da UFCA, é natural de Quixadá, no Sertão Central do Ceará. Em 2011, dois anos após a implantação das residências médicas na Universidade, ele veio para o Cariri para cursar Medicina na Instituição.
O professor Targínio fez parte da décima quarta turma de médicos do antigo campus avançado da UFC na região. Depois do fim de sua graduação, Targínio também fez especialização em Clínica Médica na UFCA e, hoje, além de docente na Famed/UFCA, é supervisor do PRM em Clínica Médica da Universidade.
Ele explica que escolheu cursar a residência em Clínica Médica, na UFCA, porque os especialistas nessa área são quem organizam diretamente o cuidado do paciente: “O clínico [médico especialista em Clínica Médica] é quem organiza o cuidado da pessoa doente, planejando a assistência dela desde o diagnóstico até o tratamento, em todas as circunstâncias e cenários de dificuldade e gravidade”, afirmou.
Quando os esforços dos clínicos envolvidos em determinados casos são insuficientes, segundo Targínio, entram em ação as experiências profissionais adquiridas em casos anteriores, fazendo valer também a sensibilidade dos médicos envolvidos. Esses fatores são importantes, de acordo com ele, porque os pacientes clínicos geralmente apresentam mais de um problema de saúde.
Como passou por diferentes papéis durante esses 15 anos das residências médicas na UFCA, Targínio explica que não mudaria nada em sua trajetória na Universidade: “De fato, experimentei a residência na condição de acadêmico, observando os residentes pelos ambulatórios do ciclo clínico do curso de Medicina; depois convivi com os residentes quando interno; depois fui residente; e, hoje, estou na supervisão da residência. A sensação é de gratidão. Não faria diferente. Como diz o poeta: ‘se soubesse antes o que sei agora, faria tudo exatamente igual’”, destacou.
Serviço
Programa de Residências Médicas na UFCA
resmed.famed@ufca.edu.br