Série “Protagonismo Estudantil” estreia tematizando Centros Acadêmicos. Iniciação Científica e Extensão serão temas de próximos conteúdos

Publicado em 12/04/2022. Atualizado em 31/10/2022 às 10h18

Estudante de Jornalismo na UFCA, Levi Rabelo é coordenador geral do DCE-UFCA. Foto: Ana Paula Lima - Dcom/UFCA

Estreia nesta terça-feira, 12 de abril de 2022, uma série de reportagens sobre experiências que estudantes de graduação da Universidade Federal do Cariri (UFCA) podem ter fora da sala de aula e suas possíveis repercussões. Não raro, discentes que optam por participarem de iniciativas como projetos de Extensão, de Cultura, de Iniciação Científica ou de Iniciação à Docência, por exemplo, obtêm experiências não proporcionadas pelo currículo básico de seus cursos – experiências estas capazes de abrir portas para uma eventual continuidade da vida acadêmica na pós-graduação, para o mercado de trabalho e, para além disso, capazes de provocar transformações pessoais profundas, alterando a forma de ser e estar no mundo de quem as vivencia.

A cada quinzena, a série “Protagonismo Estudantil” trará conteúdos temáticos sobre de que forma os discentes podem enriquecer sua passagem pela graduação e sobre como aprofundar e aplicar os conhecimentos adquiridos durante seus respectivos cursos, além de relatos de quem já passou por diferentes iniciativas extracurriculares, na UFCA.

Os chamados Centros Acadêmicos (CAs) são o tema deste conteúdo de estreia. Tratam-se de organizações estudantis independentes (portanto não ligadas ao organograma da instituição na qual seus integrantes estudam) que representam discentes de determinado curso de graduação, de instituições públicas ou privadas. Os CAs atuam em diversas frentes, seja organizando debates, palestras, discussões, eventos culturais ou recepção de calouros, por exemplo, ou intermediando o diálogo de estudantes com a Reitoria, auxiliando em negociações e garantindo que os seus direitos sejam respeitados. 

Participar de um CA fomenta uma visão de mundo segundo a qual as mudanças que julgamos necessárias são conquistadas pelas próprias pessoas que identificam essas necessidades. Compor (ou mesmo criar) coletivos organizados como um CA traz uma postura ativa frente aos problemas, desincentivando a simples espera por providências a serem tomadas por outras pessoas. Assim, discentes que passam por CAs podem exercitar a proatividade, a capacidade de diálogo, a elaboração de soluções para problemas coletivos e a lida com documentos.

Na UFCA, são exemplos de pessoas que passaram por CAs, nos tempos de graduação, o reitor da Universidade, Ricardo Ness, o titular da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd/UFCA), Rodolfo Jakov, o titular da Pró-Reitoria de Administração (Proad/UFCA), Sivério de Freitas Paiva, e o pró-reitor adjunto de Planejamento e Orçamento (Proplan/UFCA), Tiago de Alencar Viana. No caso de Tiago, ele é egresso do curso de Administração da própria UFCA e, hoje, é referência nacional em Gestão de Riscos, entre técnicos de universidades federais.

Pró-Reitor Adjunto de Planejamento e Orçamento da UFCA, Tiago de Alencar Viana. Foto: Gabriel Souza – Dcom/UFCA

“Eu entrei na UFCA no segundo semestre de 2007, no curso de Administração. No começo do segundo semestre, eu comecei a participar do CA, que tinha acabado de ser fundado, porque quem fundou foi a primeira turma do curso de Administração. No início, a gente [CA de Administração] tentava solucionar determinadas deficiências ou falhas [da Universidade], por ser também uma universidade em início… [Na verdade, a UFCA não era] nem uma ‘universidade’, porque ela era um campus avançado da UFC [Universidade Federal do Ceará]. Este campus aqui [Juazeiro do Norte], por sinal, ainda estava sendo construído. Então, a gente tinha vontade de resolver as coisas. E o CA era um caminho para isso”, relata Tiago.

Outra egressa de um curso de graduação da UFCA com passagem por CAs é a professora do curso de Medicina da Universidade, professora Emille Sampaio Cordeiro. A docente – que ingressou como estudante em 2006 no então curso de Medicina da UFC no Cariri (link para uma nova página) – compôs o Centro Acadêmico Leão Sampaio (Cals), criado pelas primeiras duas turmas dessa formação: “O Cals tem uma história de protagonismo estudantil importante e contribuiu sobremaneira para a consolidação do primeiro curso de uma universidade federal na região [do Cariri]. Eu ingressei no Cals no fim do primeiro ano de curso (nas eleições da gestão do Cals para 2007) – muito estimulada pelas atividades desenvolvidas pelo CA ao longo do ano de 2006. Nesse período, eu tinha passado do encanto da realização de um sonho, com a aprovação em Medicina, para o choque de realidade frente à necessidade de melhorias no curso de Medicina. E havia percebido que essas mudanças dependiam muito da luta estudantil”, compartilha a professora.

Como inicialmente, de cursos da UFC, só havia o de Medicina na região (Administração, Filosofia, Biblioteconomia, Engenharia Civil e Agronomia só seriam instalados no Cariri, pela instituição, em 2006), a articulação do movimento estudantil no curso caririense se dava junto ao curso de Medicina da UFC em Fortaleza: “Com o início do campus Cariri [da UFC, em 2006], tivemos a oportunidade de ajudar no processo de fundação dos Centro Acadêmicos dos novos cursos, fazendo reunião com os estudantes interessados, apresentando modelos de estatutos e contribuindo para o fortalecimento do protagonismo estudantil no campus. Tenho imensa satisfação em dizer que estive nas assembleias de fundação dos centros acadêmicos dos 5 primeiros cursos que constituíram os futuros campi Juazeiro [do Norte] e Crato da UFCA”, recorda Emille.

Professora Emille Sampaio Cordeiro (em destaque), durante reunião do Conselho Universitário (Consuni/UFCA) que aprovou o Ensino remoto na instituição, em julho de 2020. Foto: reprodução – YouTube.

De acordo com a docente, as experiências no Cals foram muito importantes para sua formação não apenas como profissional, mas como pessoa: “O que quero dizer é que há uma contribuição acadêmica [ao participar de um CA], mas há uma contribuição que se expressa de forma maior, no nosso entendimento, nas nossas responsabilidades e nos nossos compromissos éticos e políticos frente a esse mundo”, detalha.

Academicamente, conforme Emille, as experiências no Cals a fizeram conhecer outros cursos de Medicina, em outras regiões do país – o que a ajudou a ter um panorama também das possibilidades de cursos de pós-graduação,entre os quais estão as residências médicas: “O Cals também me estimulou a estudar sobre a formação médica, sobre métodos pedagógicos ativos e sobre Educação em Saúde, conhecer instrumentos legais de avaliação de cursos… Ao sair do curso, me sentia muito mais segura no exercício cotidiano da Medicina. Não posso deixar de citar que esse conteúdo que o movimento estudantil me apresentou como extracurricular, por assim dizer, foi essencial depois que me formei, ao assumir [um cargo na UFCA,] como docente do curso de Medicina. Hoje, posso afirmar com tranquilidade que o movimento estudantil contribuiu imensamente na minha formação enquanto ser humano, enquanto médica e enquanto docente”, disse.

Hoje, Emille está afastada temporariamente das suas funções na UFCA por estar cursando Doutorado em Saúde Pública, pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, vinculada à Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz).

Como nasce um CA?

Como um Centro Acadêmico é uma estrutura independente da instituição de Ensino, as graduações não nascem já com um CA. No site da União Nacional dos Estudantes (UNE – link para uma nova página), entidade estudantil máxima dos universitários brasileiros, há um passo a passo para a criação de um CA. O primeiro deles, conforme a entidade, é o grupo interessado em fundá-lo convidar os discentes do curso em questão para uma conversa, na qual serão temas o movimento estudantil, a importância da criação de um CA e os passos para a formalização de uma representação como essa.

“A gente só tem movimento estudantil porque existem problemas na Educação. Se não tivéssemos problemas na Educação, ninguém iria se preocupar com nada, não é?”, diz Levi Rabelo, estudante de Jornalismo da UFCA, integrante do Centro Acadêmico do curso, coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes da UFCA (DCE-UFCA) e integrante do Movimento Correnteza (link para uma nova página).

Como possíveis pautas de um CA, Levi cita desde melhorias estruturais ou curriculares no curso representado (como manutenção de ares condicionados ou horários de disciplinas) a temas sociais que extrapolam a formação, como assédio ou oferta de transporte coletivo na cidade onde o curso funciona. “Então, o Centro Acadêmico é isso: é o órgão de representação dos estudantes do curso. É o grupo de estudantes mais próximo das pautas específicas dos cursos, mas isso não os impede de se envolverem em pautas gerais da sociedade também”, explica.

Comissão, estatuto, assembleia e eleições para o CA

Na conversa inicial para a formação de um CA, de acordo com a UNE, é preciso formar, por meio de votação, uma comissão de estudantes. Essa comissão será responsável por difundir o conteúdo debatido no encontro e oferecer as condições para que mais discentes possam contribuir com a mobilização no curso, seja com ideias ou opiniões. 

“Movimento Estudantil é uma coisa muito ‘olho no olho’. As redes sociais são fundamentais para a mobilização, mas não é a mesma coisa você ver um card e ver uma pessoa passar em sala, chamando você para alguma atividade. É outra perspectiva”, acredita Levi. 

Feitas as sensibilizações iniciais, é a vez de propor um estatuto para o futuro CA, cuja proposta inicial de conteúdo também estará a cargo da comissão formada no primeiro encontro. Geralmente, essa comissão parte de modelos disponibilizados pela própria UNE ou de estatutos de outros CAs para formular o seu próprio documento. Quando o conteúdo estiver pronto para apreciação, os estudantes do curso são novamente convidados a participarem de uma reunião, desta vez para aprovar o texto elaborado. Esse momento é chamado de “assembleia de fundação”.

Na assembleia de fundação, além de aprovarem o estatuto, os estudantes dão um nome ao CA em construção e elegem uma comissão eleitoral, que organizará a primeira eleição para a diretoria do CA.

Após a definição das regras da eleição, da inscrição das chapas, da campanha de cada chapa inscrita, da eleição em si e da apuração de votos, a comissão eleitoral registra o número de votantes e o número de votos de cada chapa, declarando a chapa vencedora. Ainda de acordo com a UNE, é  importante que esse resultado seja registrado em Cartório, junto à ata da assembleia de fundação do CA.

A chapa vencedora, que agora vai compor a diretoria do CA recém-criado, é a responsável por cadastrar a entidade representativa junto à União Estadual dos Estudantes (quando houver) e à UNE, o que permitirá a participação do novo CA em fóruns e em congressos do movimento estudantil.

Qual a diferença entre um CA e um DCE?

A principal diferença entre um CA e um DCE é a abrangência de representação. Ao passo que o CA representa os estudantes de um curso, o DCE representa os estudantes da Instituição de Ensino Superior (IES) como um todo. Até 2013, ano em que a UFCA se desmembrou da UFC, os estudantes da instituição no Cariri eram representados pelo DCE na instituição matriz. Como a primeira gestão do DCE da UFCA só foi eleita recentemente, no fim de 2021, os estudantes da Universidade ficaram sem representação central por oito anos. 

De acordo com Levi Rabelo, houve algumas tentativas anteriores de fundar o DCE da UFCA, até a entidade finalmente ser criada: “Foi feito um congresso de estudantes aqui na UFCA, em 2016. Esse congresso foi bastante participativo, com  mais de 600 inscrições. Nesse congresso, foi aprovado o Estatuto do DCE da UFCA, mas não foi dado continuidade [ao projeto de criação da entidade], porque [os estudantes à frente] não conseguiram fazer com que aquilo ganhasse corpo e se concretizasse numa chapa [para eleição da diretoria]”, explica.

Ainda conforme o estudante, uma nova tentativa foi feita em 2019, ano em que chegou a ser formada uma comissão eleitoral: “Não sei se por falta de experiência da gente, mas a comissão era muito grande, tinha umas 12 pessoas – e elas não conseguiam se reunir, foi passando o tempo e [o projeto] se perdeu”, recorda.

Segundo Levi, ataques recentes à Educação no Brasil potencializaram uma nova mobilização dos estudantes da UFCA para a criação do DCE: “[A conclusão foi que] não existe mais a possibilidade de continuar a nossa Universidade sem esse instrumento de luta. Formamos uma comissão eleitoral mais enxuta, tivemos um período de inscrição de chapas. Vários movimentos [na Universidade] decidiram criar uma chapa única, mesmo que houvesse divergências entre eles”, relata. De acordo com o discente, um dos motivos para isso foi o fato de que parte dos estudantes da UFCA não tem familiaridade com o que significa um DCE, o que dificultaria a formação de várias chapas.

Não são problemas específicos

Uma das primeiras pautas do DCE-UFCA foi a reivindicação de mais ônibus do transporte municipal até o campus Juazeiro do Norte – que ficou desassistido de linhas durante as aulas remotas, entre setembro de 2020 e janeiro de 2022. Mesmo com o retorno às aulas presenciais, em março deste ano, a oferta de ônibus anterior à pandemia não foi imediatamente retomada.

“O DCE tem o papel de nunca deixar com que essas lutas pareçam bastar por si só. Quando você luta, por exemplo, pelo ônibus, não está lutando só pelo ônibus em si. É preciso a gente perguntar: por que não tinha ônibus para a UFCA? Outro exemplo é a falta de intérpretes de Libras [Língua Brasileira de Sinais] para estudantes não ouvintes da UFCA poderem realizar atividades extracurriculares. ‘Por que faltam intérpretes?’ Porque há menos investimentos na universidade pública! E uma pergunta leva a outra. ‘E por que há menos investimentos na universidade pública?’ E aí você vai aprofundando os assuntos. É um processo de conscientização mútua. O DCE tem o papel de tentar trazer esse debate de que os problemas não são específicos”, analisa.

“Hoje, sou a Médica do Postinho”

Uma egressa mais recente da UFCA e de um CA é a médica Larissa Lima, hoje residente em Medicina de Família e Comunidade, na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Atualmente, ela trabalha no Posto de Saúde da comunidade Pedra Linda, “um pouquinho distante” do centro de Petrolina-PE, de acordo com Larissa. “Sou a médica do postinho! É meu xodozinho a minha comunidade, a minha população. Eu piso no Pedra Linda todo dia e sou muito feliz por estar lá”, relata. Além do CA de Medicina, Larissa compôs o Conselho Universitário (Consuni/UFCA), como representante discente, e também o Comitê Interno de Enfrentamento à Covid-19 (Cieco-19/UFCA) – ambos durante o ano de 2020.

Larissa Lima, médica formada na UFCA, residente em Medicina de Família e Comunidade na Univasf. Foto: Ana Paula Lima – Dcom/UFCA

“Até hoje, eu digo que o movimento estudantil [me] formou muito. [Influenciou] coisas importantes do meu caráter e, também, da profissional que eu sou hoje. A galera da residência [médica], quando acontece algum problema, já sabe [e pergunta]: ‘Larissa, tem algum artigo, algum regimento que fala sobre isso?’, porque agora eu virei a ‘louca’ dos regimentos. Como eu tive essa influência de Consuni e de CA, [eu aprendi que] você tem que se apropriar daquilo que existe, daquilo que é regra, daquilo que está na Lei para correr atrás do seus direitos e até mesmo do que ainda não está lá”, opina.

Conforme Larissa, à época em que compôs o CA de Medicina, houve articulação dos estudantes do Cals para a criação do CA do curso de Medicina Veterinária da UFCA – curso que iniciou suas atividades em 2020, no campus Crato. “Era um curso que estava chegando, um curso novo. E aí a gente [Cals] fez uma reunião com eles, explicando como é que faz pra criar um CA, o que é que precisa. E você precisa de estudantes interessados na causa, precisa criar um regulamento para reger o funcionamento do Centro Acadêmico, [definir] qual o tempo de duração de mandato [da diretoria], quantas funções [o CA] tem que ter. Na minha época, a gente [Cals] tinha coordenação de finanças, coordenação de assuntos estudantis, coordenação geral, da qual eu fazia parte”, relembra Larissa.

Reinaldo Daniel Silva começou sua trajetória no movimento estudantil compondo um grêmio na Escola Balbina Viana Arrais, em Brejo Santo – onde cursou o Ensino Médio. À época, o estudante vivia na cidade de Porteiras, a 19km da cidade onde estudava. Sobre não ter optado por um dos 6 cursos oferecidos pela UFCA em Brejo Santo (todos relacionados à área da Educação), Reinaldo explica que sempre teve mais afinidade com a área da Saúde.

Hoje discente de Medicina Veterinária na UFCA, no quarto semestre, Reinaldo recorda a fundação do CA do curso durante o distanciamento social necessário para a contenção da pandemia de covid-19: “o CA [de Veterinária] nasceu na pandemia, inclusive já com algumas pautas, que eram voltadas para o Ensino Remoto. Era tudo novo para a UFCA e, de certa forma, [o Ensino remoto] estava sendo testado na gente. Aí, tinham algumas pautas relacionadas mais a questões de didática, que não estavam tendo retorno. Então, a necessidade de ter uma voz para representá-los [discentes de Medicina Veterinária] alavancou ainda mais essa ideia de construir uma entidade representativa [dos estudantes do curso]”.

De acordo com Reinaldo, com o tempo, as pautas do CA de Medicina Veterinária foram mudando de perfil: “Vou te citar um exemplo da atual: a gente está em busca da construção do nosso hospital veterinário. Não tem como a gente se formar sem práticas cirúrgicas e práticas clínicas em hospital. Se é algo tão importante, que realmente a gente necessita, a gente não pode esperar que caia de mãos beijadas”, acredita o discente.

Além dos desafios no CA e no próprio curso de graduação, Reinaldo também participa de duas iniciativas de Extensão na UFCA e ainda faz estágio em duas clínicas veterinárias: “Por incrível que pareça, ainda arrumo tempo para curtir”, brinca o estudante.  

Tempo também é uma preocupação para Andressa Ribeiro, estudante no oitavo semestre do curso Interdisciplinar em Ciências Naturais e Matemática (LI), no Instituto de Formação de Educadores (IFE/UFCA), em Brejo Santo. Ela integra o CA de seu curso: o único CA do campus. A discente recomenda a outros estudantes a experiência em CA, desde que se saiba gerir bem o tempo.

“A representação estudantil, para mim, é ajudar os pares. No entanto, é muito importante que se saiba estabelecer uma divisão [entre as atividades individuais e as de representação]. Em um CA, você está ‘representando’ certas pessoas, [portanto] você não pode abraçar aquilo com mãos e pernas. Eu acho que eu fiz um pouco isso. Eu estava muito envolvida em outras coisas e aí, academicamente, eu fui ficando um pouco atrasada. Mas essa foi uma questão minha. Eu, enquanto Andressa, não soube gerir bem o meu tempo”, compartilha.

De acordo com Andressa, as principais pautas do CA da LI, que nasceu no segundo semestre de 2017, relacionavam-se, à época, com a reforma do prédio da antiga Escola Balbina Viana Arrais, cedido à UFCA para funcionamento do campus Brejo Santo. Para adaptar a estrutura da escola à realidade de uma universidade, o prédio passou por diferentes obras de ampliação e reforma, concluídas em 2019. Enquanto isso, os discentes do campus frequentavam aulas no Liceu Professor Teles de Carvalho, também em Brejo Santo. Atualmente, os estudantes do CA reivindicam mais espaços comuns no campus Brejo Santo e mais salas de estudo para os discentes.  

“O CA pode atuar seja fazendo uma rifa para conseguir uma impressora, para termos uma xerox mais em conta e, enfim, melhorar a vida estudantil; seja fazendo um sarau, para melhorar a interação entre os estudantes. Se eles conversam, eles têm novas ideias, novas melhorias e novas possibilidades”, elenca.

Hoje, Andressa já é professora mediadora na rede pública de Ensino, atuando junto a estudantes com necessidades educacionais específicas, além de atuar como professora de Matemática, no quinto ano do Ensino Fundamental, em uma escola particular.

Serviço

Diretoria de Comunicação
dcom@ufca.edu.br