Tem início o Décimo Artefatos da Cultura Negra na UFCA
Publicado em 24/09/2019. Atualizado em 31/10/2022 às 17h30
O Décimo Congresso Internacional Artefatos da Cultura Negra teve início nesta terça-feira (24), no campus Juazeiro do Norte da Universidade Federal do Cariri. O evento, que tem como tema “Nossos Passos Vêm de Longe: Trajetórias, Lutas e Resistências Negras”, é fruto de um trabalho conjunto da Universidade Regional do Cariri (URCA) com a Universidade Federal do Cariri (UFCA) e o Instituto Federal do Ceará (IFCE) – campus Juazeiro do Norte.
Compondo a mesa diretiva que deu abertura ao evento, estiveram presentes a vice-reitora da UFCA, Laura Hévila Inocêncio Leite, Cícera Nunes, da Universidade Regional do Cariri (URCA) e Ana Paula dos Santos, do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI). Segundo afirmou Ana Paula dos Santos, o Artefatos, além de ser um evento que pauta e denuncia a questão da negritude, é também um evento que propõe ações. “Nós pensamos a partir da educação das relações sociais, da formação de professores, e nos últimos anos estamos construindo uma aproximação maior com as comunidades quilombolas e indígenas, e isso tem fortalecido a nossa a nossa luta e a nossa existência aqui na região.”
A palestra “A branquitude acadêmica, a invisibilização da produção científica negra, o branco-pesquisador e a “salvação de si”, com o professor Lourenço Cardoso da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e mediação do professor Reginaldo Ferreira (UFCA) abriu oficialmente a programação do evento.
O professor Lourenço Cardoso ressaltou que a branquitude e o poder acadêmico é baseado em uma concepção epistemológica eurocêntrica, e explicou que estuda o branco que estuda o negro. “Normalmente as pesquisas são: o branco estudando o negro ou o negro estudando a si mesmo. Então eu faço essa inversão, que começou com o sociólogo Alberto Guerreiro Ramos e com a escritora Maria Aparecida da Silva Bento. “É a primeira vez que venho ao Cariri e eu estou muito feliz. O Artefatos é um evento muito importante e traz um debate para a região não apenas de uma maneira acadêmica, dura, mas que envolve também a cultura como Saber, não como um saber diferenciado do saber científico”.
Reginaldo afirmou que o décimo ano do Artefatos da Cultura Negra é um momento de debate e de repensar a universidade. “Temos a necessidade social de discutir essa temática na universidade, temática que durante séculos foi marginalizada. O Artefatos é um movimento de resistência”, disse. Disse. Reginaldo foi o idealizador da disciplina livre “Educação, Cultura e História Africana e Afro-Brasileira” ofertada este ano pela Pró-Reitoria de Cultura da Universidade Federal do Cariri (Procult/UFCA).
A programação na UFCA seguiu durante a tarde com oficina de Prática coletiva de instrumentos tradicionais africanos, roda de conversa com a Sociedade dos Poetas de Barbalha e contação de histórias. Na noite de hoje ocorre ainda, às 19h, a mesa redonda “Do racismo ao terrorismo religioso: Intersecções dos crimes de ódio, consequências e políticas públicas no Brasil”, no auditório Bárbara de Alencar, campus Juazeiro do Norte.
O evento segue até a próxima sexta-feira (27). Acesse a programação completa no site do X Artefatos da Cultura Negra.
Contato
Décimo Congresso Internacional Artefatos da Cultura Negra
E-mail: artefatoscnegra@urca.br