UFCA publica e-book com informações científicas sobre a Covid-19

Publicado em 04/05/2021. Atualizado em 31/10/2022 às 15h57

Capa do livro digital "SARS-CoV-2: uma ameaça invisível em tempos líquidos, a jornada de um vírus à luz da patologia".

A Universidade Federal do Cariri (UFCA) publicou, em abril de 2021, o livro digital “SARS-CoV-2: uma ameaça invisível em tempos líquidos, a jornada de um vírus à luz da patologia”. A obra, organizada pelos professores da UFCA Cláudio Gleidiston Lima (diretor da Faculdade de Medicina – Famed/UFCA) e Maria do Socorro Vieira (docente do curso de Medicina e coordenadora do curso de Medicina Veterinária), está publicada na plataforma e-books da UFCA (link para uma nova página).

O conteúdo do e-book reúne informações sobre a origem do vírus e sobre que efeitos o SARS-CoV-2 é capaz de causar nos diversos sistemas do corpo humano – tudo com base em publicações científicas. De acordo com o professor Cláudio Gleidiston, ao contrário dos demais coronavírus, o grupo viral (cepa) que chamamos “novo coronavírus”, além de comprometer as vias aéreas, atinge o funcionamento de vários sistemas corporais, o que dificulta a tarefa de compreender o mecanismo de ação dessa cepa.

A professora Maria do Socorro coordena, com apoio do professor Cláudio, o grupo de Pesquisa “Laboratório de Escrita Científica” (Labesci), na Famed/UFCA. Segundo ela, seis dos oito capítulos da obra foram escritos por estudantes de Medicina que compõem o Labesci: Elisberto Nogueira de Souza, Larissa Rodrigues Mota, Ramierson Macêdo Lima, Cícero Eduardo Gonçalves Lemos, Marcos Ryan Barbosa Rodrigues e Amanda Albuquerque Cabral. Os demais capítulos foram escritos pelos próprios docentes: “durante a pandemia, comecei as reuniões on-line do Labesci e, nessas reuniões, surgiu a proposta de escrevermos artigos científicos abordando a temática atual (Covid-19). Após vários encontros e definição dos temas, o grupo resolver publicar [o conteúdo apurado] em formato de e-book”, disse a professora.

Sobre o trabalho de pesquisa que resultou na publicação, a docente afirma que ficou evidente o poder de disseminação e multiplicação viral do SARS-CoV-2, que provoca danos e lesões nos órgãos do corpo humano com diferentes níveis de gravidade, sendo difícil mensurar qual o sistema mais afetado: “Apesar do comprometimento pulmonar, a enfermidade pode apresentar um novo desfecho, dependendo da condição sanitária e imunológica do paciente. Nesse sentido, a Pesquisa [sobre essa doença] precisa avançar, sendo necessário o completo entendimento da Biologia viral com os processos de mutação, para que se possa prevenir elevados quadros de morbidade e mortalidade”, explica.

Porque a Covid-19 trouxe consequências mais graves para o mundo em relação à Sars e à Mers?

O coronavírus é uma grande família de vírus que pode causar desde resfriados comuns até doenças respiratórias mais graves, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). No entanto, a Covid-19, causada pelo SARS-CoV-2, vem apresentando impacto diferente do causado por essas outras enfermidades, em termos de transmissão e de letalidade: “considerando o alto poder de mutação e adaptabilidade do vírus ao animal e ao homem e, ainda, a presença de pessoas assintomáticas, entende-se que a transmissão [da Covid-19] aconteceu de forma desordenada, sobrecarregando o sistema de saúde. Nesse sentido, ocorre a soma de vários fatores (portador viral assintomático + elevada transmissibilidade + adaptabilidade do vírus + multiplicação viral com sítio no aparelho pulmonar + falta de assistência médica), que culmina em elevada mortalidade”, sintetiza professora Maria do Socorro.

O que é preciso descobrir sobre a Covid-19?

Apesar dos esforços de milhões de cientistas em todo planeta para compreender a Covid-19, ainda existem perguntas fundamentais não respondidas sobre a doença, como quais os fatores que predispõem a (re)infecção viral e quais as sequelas fisiológicas e mentais dessa enfermidade. Além disso, ainda não se sabe qual será a resposta imunitária das vacinas existentes contra variantes do SARS-CoV-2 e se conseguiremos desenvolver um medicamento preventivo ou curativo para Covid-19, futuramente. “Também não sabemos qual será o posicionamento da OMS [Organização Mundial de Saúde] sobre as medidas de biossegurança após a pandemia, nem se será possível evitar uma nova pandemia. [Essas] são apenas algumas questões, outras surgirão”, disse Maria do Socorro.

Serviço

Faculdade de Medicina da UFCA
Laboratório de Escrita Científica da Famed/UFCA
Instagram: @labesci